Salve a data! De 09 a 13 de setembro de 2026

Perguntas frequentes

Dada a atual conjuntura de globalização da ayahuasca em suas diferentes matizes, seja no uso religioso ou através dos diversos estudos e pesquisas, entendemos a necessidade de se aprofundar no diálogo e no debate entre os diferentes atores dessa globalização, sendo estes os povos indígenas/originários, acadêmicos, cientistas terapeutas, etc. Buscamos promover uma confluência entre dois movimentos de referência que, no caso da biocultura da ayahuasca, tem, ao longo dos anos, se destacado como espaços importantes de reflexão, de stabelecimento de acordos e de construção de processos de vanguarda. Trata-se da Conferência Indígena da Ayahuasca, protagonizada pelos povos indígenas, e a World Ayahuasca Conference, organizada pelo ICEERS. Este evento é mais do que um simples fórum, pois marca um encontro emblemático, intercultural e interdisciplinar entre estes distintos movimentos de referência.

Busca-se, portanto, fortalecer-se as redes globais voltadas para o apoio em crises, assistência jurídica, regulamentação baseada em consenso, alianças interculturais de conhecimento, consórcios de pesquisa e muito mais. É uma resposta aos desafios que as culturas das plantas sagradas enfrentam em um mundo em rápida globalização e busca fortalecer o protagonismo indígena nos espaços internacionais de tomada de decisão.
É o momento oportuno para se construir um roteiro coletivo que dialogue com a contemporaneidade e a globalização ética das práticas com plantas sagradas, com raízes nos conhecimentos e ciências tradicionais dos povos e nos sistemas de conhecimento baseados numa nova leitura do cientificismo acadêmico e epistemológico. Isso inclui a geração de propostas concretas e o fortalecimento da solidariedade entre regiões impactadas pelo extrativismo predatório e pela apropriação cultural e intelectual.
Ao longo de suas cinco edições das conferências este evento tornou-se um importante espaço de diálogo e de construção de estratégias de ação, com o estabelecimento de pautas e agendas importantes a serem alcançadas, tendo como foco objetivos-chave: soberania, direitos, ética e resistência.

Esse fórum também dá maior ênfase ao engajamento em políticas internacionais, à colaboração transdisciplinar e à formação de alianças com outras tradições de plantas sagradas além da ayahuasca. Ele marca uma mudança da articulação regional para a ação estratégica global.

Entre suas estratégias e objetivos este movimento apresentou a necessidade de ampliar sua atuação e, por conseguinte, dar mais amplitude às suas “vozes”, refletidas aqui nas lideranças espirituais indígenas que compõem seu corpo existencial.
Enquanto as conferências indígenas, realizadas exclusivamente em territórios indígenas, com protagonismo exclusivo indígena e com um diálogo predominantemente “para dentro”, num processo de construção coletiva de processos e reflexões comuns para fortalecimento das comunidades e sua práticas e ciências tradicionais, consolidando suas redes internas e abrangendo, também, em determinados aspectos assuntos mais abrangentes de diálogo com o “mundo exterior”, este fórum mundial trata-se de processo “para fora e junto”, num processo dialógico entre o universo comunitário indígena e o “mundo ocidental”.

Assim, este fórum se baseia nesse legado, mas dá um passo adiante — está sendo coorganizado desde o início por lideranças e instituições indígenas, junto a aliados do mundo acadêmico científico. Este evento também coloca maior ênfase no engajamento com políticas internacionais, na colaboração transdisciplinar e na construção de alianças com outras tradições de plantas sagradas além da ayahuasca.
Marca uma transição da articulação regional para uma ação estratégica em escala global.
As três edições anteriores da Conferência Mundial da Ayahuasca foram organizadas exclusivamente pela ICEERS e, embora tenham contado com a participação de lideranças indígenas, esta é a primeira vez que um evento global sobre ayahuasca está sendo oficialmente coorganizado — desde o início — com representantes do Conselho de Líderes Espirituais Indígenas (CLEI), neste caso com o Instituto Yorenka Tasorentsi.



Outra diferença fundamental está na estrutura de governança: as decisões sobre a programação, os convidados e os desdobramentos do fórum estão sendo tomadas por consenso com lideranças indígenas, refletindo uma mudança da consulta para a tomada de decisão conjunta.
Desde 2018 o Instituto Yorenka Tasorentsi vem representando o processo de organização do Conselho de Lideranças Espirituais Indígenas, sendo que, durante a V Conferência Indígena da Ayahuasca ficou decidido pela plenária do evento que este instituto continuaria representando estes interesses e pautas até o pleno funcionamento deste conselho, conforme pode ser verificado na Carta da V Conferência Indígena da Ayahuasca, de maneira que este evento encontra-se dentro destas pautas previstas e, por conseguinte, sob a coordenação do IYT em nome deste movimento.

Desde a IV Conferência Indígena da Ayahuasca vem-se realizando diálogos com o ICEERS, de maneira que traçou-se o horizonte para a realização de um grande evento, de escala mundial que será este fórum.
As duas instituições estão trabalhando juntas como parceiras iguais na construção da visão, do conteúdo e da realização do fórum.
Essa estrutura colaborativa um processo de construção e confiança mútua e compromisso com o diálogo intercultural, os direitos bioculturais e o futuro das práticas com plantas.
As lideranças e instituições indígenas não são apenas participantes, mas sim co-organizadores e responsáveis pelas decisões relativas ao desenho e à visão do fórum. Isso representa uma mudança em direção à governança colaborativa e à corresponsabilidade intercultural.

Organizar e Fortalecer o Movimento

  • Definir a formação da aliança, esclarecendo o papel de cada parceiro e o plano colaborativo
  • Envolver financiadores estratégicos para alinhar os recursos com a visão de longo prazo
  • Coordenar e cocriar o processo de governação intercultural em escala global



Soberania e Direitos Indígenas

  • Promover proteções legais – dentro e fora dos países de origem – para líderes espirituais indígenas e seus medicamentos tradicionais
  • Contribuir para o fortalecimento da governança indígena por meio do Conselho de Líderes Espirituais Indígenas.



Garantir Futuros Seguros e Éticos

  • Promover a responsabilidade coletiva e padrões culturalmente enraizados para garantir práticas com ayahuasca que sejam seguras, éticas e informadas em nível global.
  • Enfrentar o extrativismo, a biomedicalização e seus danos culturais – ampliando as soluções indígenas
  • Desenvolver marcos regulatórios e propostas políticas
  • Apresentar um Marco Regulatório Comunitário



Reunir pesquisadores internacionais e interdisciplinares

  • Promover a descolonização da ciência por meio do aprendizado mútuo e do diálogo entre os sistemas de conhecimento
  • Explore como o conhecimento tradicional indígena pode servir ao conhecimento ocidental, e vice-versa
  • Elaborar “Planos de Ciência” interculturais junto com líderes indígenas e comunidades científicas



Narrativas Decoloniais

  • Transformar o discurso público: vincular a ayahuasca aos direitos indígenas e à cura ecológicaReformularas narrativas científicas dominantes introduzindo perspectivas bioculturais, epistemologias indígenas e experiências vividas.

Sim. Um relatório resumido e possivelmente uma declaração conjunta serão redigidos por lideranças indígenas e aliadas e disponibilizados publicamente.
Esses documentos refletirão os principais diálogos, consensos e recomendações que emergirem do fórum.

O local escolhido foi a Europa: um movimento que simboliza para os povos originários das Américas a possibilidade de ressignificar as antigas rotas coloniais e seus fluxos de conhecimento. Assim, essas mensagens vêm alcançar um público mais amplo, com a possibilidade da participação de atores relevantes no momento atual. Entendemos que estrategicamente levar essa mensagem a um público mais amplo, fora da Amazônia, pode gerar maior impacto e facilitar a participação de atores relevantes, como governos e outros envolvidos, devido ao acesso mais fácil.

Decidimos então realizar o primeiro Fórum Mundial da Ayahuasca, a ser realizado em Girona, Espanha.

As futuras edições do fórum poderão alternar entre diferentes regiões, inclusive retornando a territórios amazônicos, com o objetivo de fortalecer o engajamento recíproco e ampliar as realidades regionais em escala global.

As futuras edições do fórum poderão alternar entre diferentes regiões, inclusive retornando a territórios amazônicos, com o objetivo de fortalecer o engajamento recíproco e ampliar as realidades regionais em escala global.
Não. Essa percepção é errônea, uma vez que todo o processo envolvendo este evento trata-se de uma ação em colaboração e ressignificação na relação entre as instituições, não se tratando de movimento de interesse parcial e privado, ao contrário. Trata-se de um posicionamento comum, impessoal e de direito coletivo em defesa dos direitos e proteção das bioculturas e suas comunidades tradicionais.
As lideranças indígenas envolvidas são autoridades respeitadas em suas comunidades e sua participação se baseia em relações de confiança mútua construídas ao longo do tempo, sem incentivos financeiros ou influência política.
Não. Este não é um encontro cerimonial. Será um espaço voltado para diálogos importantes e genuínos, além de uma variedade de apresentações (falas, música, dança, artes), algumas das quais podem incluir elementos ritualísticos tradicionais.

O fórum e seus organizadores não irão disponibilizar ayahuasca nem outras medicinas ou realizar quaisquer cerimônias com uso das bioculturas.
Dito isso, práticas tradicionais e visões de mundo cerimoniais poderão estar representadas de forma simbólica, demonstrativa e educativa, sempre com curadoria em colaboração com lideranças indígenas para garantir a integridade cultural.
Sim. Por meio de materiais audiovisuais, painéis, exposições, falas e apresentações culturais, os participantes terão oportunidades de conhecer cosmovisões, valores e práticas rituais tradicionais, sempre em um contexto educativo e respeitoso, e não por meio da experiência direta em cerimônias.

Esses espaços educativos serão concebidos com o consentimento e a participação de anciões indígenas, que enfatizarão a escuta experiencial, a ética da reciprocidade e métodos de aprendizagem decoloniais.
Não. Ayahuasca e outras medicinas características das bioculturas presentes não serão servidas nem comercializadas durante o fórum.
Essa política reflete um compromisso com o cumprimento da legislação, o respeito cultural e a segurança dos participantes.

Para além das questões legais, o fórum busca criar um espaço dedicado ao diálogo intercultural, à educação e à colaboração. A oferta ou venda de medicinas poderia desviar o foco desses objetivos e potencialmente gerar mal-entendidos ou representações equivocadas das práticas indígenas e da essência deste importante evento.

Ao focar em discussões, apresentações e intercâmbios culturais, o fórum busca honrar as tradições e os sistemas de conhecimento das comunidades indígenas de forma respeitosa e em conformidade com a lei.

Os participantes são convidados a se engajar com a programação do fórum, que inclui paineis, falas e apresentações culturais que oferecem visões sobre cosmovisões tradicionais, valores e práticas rituais em um contexto educativo.

Essa abordagem garante que o fórum mantenha um ambiente seguro, respeitoso e inclusivo para todas as pessoas presentes.
Não. Não é permitido portar ou consumir ayahuasca ou outras medicinas tradicionais durante o fórum. Embora o marco legal da Espanha em relação à ayahuasca seja complexo, é importante destacar que a DMT (N,N-dimetiltriptamina), um dos principais composto da ayahuasca, é classificada como substância controlada pela legislação espanhola. A posse, a venda ou o consumo de DMT pode acarretar consequências legais.

Apesar de as plantas utilizadas no preparo da ayahuasca não serem explicitamente regulamentadas, a presença de DMT na bebida coloca sua posse sob escrutínio legal.

Casos jurídicos na Espanha demonstram que pessoas encontradas com ayahuasca podem enfrentar problemas legais, incluindo acusações criminais.

Além disso, a legislação espanhola proíbe o consumo de substâncias controladas em espaços públicos, o que inclui locais de eventos.

Violações podem resultar em multas administrativas que variam de €601 a €30.000.

Para garantir a segurança e conformidade legal de todos os participantes, o fórum proíbe estritamente a posse ou consumo de ayahuasca e outras medicinas tradicionais em seu espaço. Essa política se aplica independentemente da tradição pessoal, origem ou experiência dos participantes. Pedimos a todas as pessoas que respeitem a segurança coletiva, a legalidade e o espírito intercultural deste encontro.
A necessidade de troca de saberes, experiências e diálogo com outras bioculturas, como o peiote, a iboga, o bufo, os cogumelos, a coca e a jurema, por exemplo, que são bases culturais de outros povos originários, tornou-se evidente. Observamos que essas bioculturas frequentemente enfrentam desafios semelhantes e, em muitos casos, coexistem com a biocultura da ayahuasca, que, como resultado de sua globalização, tem se aproximado cada vez mais e, em alguns contextos, se integrado a diferentes regiões, em diálogo com as plantas centrais nas práticas tradicionais. Por isso, a participação de representantes dessas bioculturas estará garantida neste fórum, através de espaço próprio para este debate.

O fórum convida ativamente ao diálogo entre múltiplas bioculturas, com o objetivo de identificar desafios comuns, promover a defesa mútua dos direitos bioculturais e explorar a diversidade de cosmovisões relacionais.
ESTÁ REPETIDO
ESTÁ REPETIDO

Com certeza. Os cientistas e pesquisadores acadêmicos desempenham um papel importante no Fórum. Suas contribuições são necessárias para moldar um diálogo significativo entre os sistemas de conhecimento e promover abordagens éticas e colaborativas para a pesquisa.

Cientistas e pesquisadores acadêmicos de todos os sistemas de conhecimento, culturas e disciplinas são muito bem-vindos e incentivados a participar do fórum, especialmente porque um dos principais objetivos do encontro é estabelecer consórcios globais de grupos de pesquisa comprometidos com práticas de pesquisa colaborativas e não extrativistas.

Aqueles que buscam cocriar pesquisas com comunidades indígenas e apoiar abordagens transdisciplinares encontrarão um terreno fértil para diálogo e possibilidades de parcerias.

Absolutamente. Os formuladores de políticas, profissionais da área jurídica e consultores desempenham um papel fundamental na definição do futuro dos medicamentos tradicionais à base de plantas e sua integração às estruturas nacionais e internacionais.

O Fórum oferece um espaço único e oportuno para que os atores jurídicos e políticos se envolvam em um diálogo significativo com líderes indígenas, cientistas e representantes da comunidade. Tópicos como regulamentação, direitos humanos, defesa legal e políticas públicas serão explorados sob a ótica da ética, da integridade cultural e da reciprocidade.

O fórum se fundamenta em princípios do protagonismo, respeito, reciprocidade, transparência, diálogo intercultural e autodeterminação dos povos indígenas.
Esses princípios guiarão todas as decisões, programações e interações ao longo do evento.
Sim. O fórum disponibilizará orientações claras para promover o engajamento respeitoso e evitar a apropriação cultural ou atitudes que venham a desarmonizar o percurso do evento. Os participantes deverão seguir protocolos informados pela organização do evento dos protocolos a serem seguidos. Estes protocolos procurarão atender os interesses e proteção de todos os participantes.
Sim. Haverá tradução simultânea disponível em vários idiomas, incluindo espanhol, inglês e português. Outros idiomas poderão ser oferecidos de acordo com as necessidades dos participantes.
Sim, estaremos disponibilizando acessos para participação on-line, com valores acessíveis. No entanto este acesso se dará para um número limitado de participantes. Mais informações através dos canais de comunicação do evento.
Sim, todo o material do fórum, como as apresentações, estará disponível gratuitamente para todos que participaram do evento, seja presencialmente ou on-line. Para os demais, o conteúdo estará disponível para compra por um valor acessível após o encerramento do fórum.
Um número limitado de bolsas de estudo e ingressos apoiados pela comunidade estará disponível. Em breve serão publicadas informações sobre como se inscrever.
Sim. Haverá oportunidades para voluntários atuarem em diversas funções durante o evento. Em breve publicaremos as instruções sobre como se candidatar.
Os participantes poderão contribuir participando de grupos de trabalho, apoiando iniciativas comunitárias, disseminando os resultados do fórum e se engajando em colaborações interculturais contínuas. As oportunidades para se manter envolvido serão anunciadas durante e após o evento.
Consulte a seção de Perguntas Frequentes sobre Viagem e Hospedagem aqui.
Consulte a seção de Perguntas Frequentes sobre Viagem e Hospedagem aqui.
Sim. O fórum será um espaço acolhedor para famílias, com ambientes acessíveis a pessoas de todas as idades. Alguns conteúdos podem ser mais adequados para adultos; isso será sinalizado na programação.
Os organizadores estão comprometidos em garantir um ambiente seguro e respeitoso.
Haverá segurança, suporte médico e uma equipe treinada em sensibilidade a conflitos interculturais disponível no local.
O local do evento contará com infraestrutura de acessibilidade para pessoas com deficiência, incluindo acesso para cadeirantes, assentos reservados e assistência mediante solicitação. Pedimos que entre em contato com a equipe organizadora com antecedência para solicitar adaptações específicas.
Os organizadores estão comprometidos em minimizar a pegada ecológica do evento, utilizando materiais sustentáveis, reduzindo o desperdício e incentivando formas de transporte de baixo impacto. A responsabilidade ecológica será um tema transversal nas discussões do fórum.

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Ingressos

FÓRUM MUNDIAL DA AYAHUASCA
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